Evento teve como foco o impacto da insegurança alimentar em nossa sociedade, com duas mesas compostas por defensores e especialistas no assunto

 

A Defensoria Pública do Rio realizou, no último dia 16, um encontro para debater o combate à pobreza no estado. O evento teve como foco o impacto da insegurança alimentar em nossa sociedade, com duas mesas compostas por defensores e especialistas no assunto.

Estiveram presentes na mesa de abertura a defensora pública-geral da DPRJ, Patrícia Cardoso; a coordenadora de Tutela Coletiva da DPRJ, Raphaela Jahara; o ouvidor-geral da DPRJ, Guilherme Pimentel; e a subcoordenadora da CDEDICA (Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), Andrea Sepúlveda. Para Cardoso, é papel da Defensoria combater a desigualdade social que desencadeia a insegurança alimentar.

– Vivemos em um país extremamente desigual, e essa desigualdade social dói na alma. Então a Defensoria, que é uma instituição pública que tem o dever constitucional de preservação dos direitos humanos, tem que trabalhar para combater a pobreza. São necessárias várias ações para alcançarmos esse fim – diz a defensora pública-geral.

De acordo com o último relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2020 e 2022, mais de 70 milhões de pessoas viviam sem ter acesso regular a alimentos em quantidades e qualidade necessárias para seu bem-estar. Destas, 21 milhões estavam em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, não tinham o que comer todos os dias. 

Raphaela Jahara, explica que a fome implica em graves consequências, afetando diretamente a qualidade de vida da população, sobretudo das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. 

– É importante a Defensoria debater sobre os mecanismos eficazes de combate a pobreza na atuação institucional, sobretudo após o empobrecimento da população fluminense no período pós pandemia – disse Jahara. 

A defensora Daniele Silva, mediadora da mesa “Mecanismos de enfrentamento à pobreza” falou um pouco sobre como o racismo influencia nessa insegurança alimentar, no sentido de que populações mais carentes tendem a sofrer mais com os impactos do racismo institucional, no qual as instituições negligenciam os menos favorecidos. 

– A Defensoria Pública do Rio de Janeiro sai na frente, reconhecendo esse racismo institucional e promovendo essas políticas públicas. É importante que a gente racialize esse debate, porque quando falamos de insegurança alimentar a gente está falando de uma grande parcela da população negra que sofre com essa questão – finaliza a defensora.


Veja as fotos do evento aqui.



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