Jornalista, carioca, 26 anos de idade. Militante, defensora dos direitos humanos, Thathiana Gurgel foi uma das criadoras da campanha "Amanhecer contra a redução" e da ação social "Cinema na praça". O perfil de Thathiana é repleto de afinidade com a missão institucional que a Defensoria Pública abraça. Há pouco mais de um ano, ela é responsável pelo gerenciamento da página da instituição no Facebook .  


Além de alinhar-se à luta a favor dos direitos humanos, Thathiana tem familiaridade com a função de gerenciar perfis institucionais, ou melhor, com a comunicação em mídia social, uma especialidade do jornalismo da era digital. Antes de assumir o posto de administradora da página do Facebook da Defensoria, a jornalista gerenciou o Facebook da Secretaria Especial de Política para Mulheres (SMP-RIO) e a comunicação da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Niterói. Sobre a experiência na DPRJ, declara:

- Eu me sinto muito feliz com o trabalho na Defensoria Pública. Não apenas porque aqui a gente defende a cidadania o tempo todo, mas também pela abertura que a instituição oferece para experimentar uma nova linguagem nas redes sociais, no desafio diário de popularizar o discurso jurídico.

#MAISESCOLASMENOSCADEIAS, #REDUÇÃONÃOÉSOLUÇÃO


O Facebook é considerado a maior rede social do mundo. Possui mais de um bilhão de usuários ativos. Desses, aproximadamente 90 milhões são brasileiros. O poder de mobilização dessa ferramenta de mídia surpreendeu a jornalista, numa de suas primeiras ações de militância com auxílio das redes sociais: a campanha "Amanhecer contra a redução".

Criada em 2015 para mobilizar a opinião pública contra a PEC da redução da maioridade penal, Thathi conta que a ideia do "Amanhecer" surgiu num bate-papo informal entre amigos. E repercutiu com ações simultâneas de conscientização que aconteceram nas praças públicas em todo o território nacional. Em cada estado, pelo menos uma praça amanheceu contra a redução.  

A mobilização da juventude contra a redução da maioridade penal, realizada através das redes sociais, também teve dois momentos culminantes: o festival de música e cultura na Praça XV, na cidade do Rio de Janeiro; e o ato em Brasília, no dia da votação da PEC na Câmara dos Deputados.

O festival atraiu um grande público - 20 mil pessoas ao longo de todo o dia - e o ato em Brasília reuniu frentes de jovens militantes de todo o país. O movimento foi vitorioso num primeiro instante. A PEC 171/98 foi barrada devido à pressão dos jovens. Mas, após manobras políticas que a colocaram em votação novamente, quando os jovens manifestantes estavam a caminho dos seus estados de origem, acabou sendo aprovada e encaminhada ao Senado Federal. 

- Nós defendemos o investimento em cultura e educação, com escolas em tempo integral e com projetos culturais que façam da escola um espaço mais atrativo para o jovem, para que o crime não seja o caminho. O Amanhecer foi a experiência mais incrível da minha vida. Fiquei muito surpreendida com o poder de mobilização das redes sociais - conta Thathiana.
   
Cinema na Praça

Outra ação social espontânea que Thathiana Borrel ajudou a criar com amigos militantes é o Cinema na Praça. A cada quinze dias, o grupo de amigos se mobiliza para exibir filmes aos jovens que estão em situação de rua, na Praça do Largo do Machado. Na ocasião do Natal, a ação ofereceu pratos natalinos, durante e após a exibição do filme "Batalha do Passinho" (75´), de Emílio Domingos. 

- Pelo menos durante a realização dessa ação os adolescentes ficam de alguma maneira protegidos - comenta a jornalista. Ela coleciona histórias emocionantes no contato direto com as crianças e os jovens da camada mais carente da população brasileira urbana. 

Numa das ações do Cinema na Praça, Thathi conheceu Ronaldo, sobrevivente da chacina da Candelária. Ele apareceu na praça do Largo do Machado e mandou um rap que falava do valor de iniciativas como aquela. O povo sabe mesmo o que diz.



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