Evento #compartilheafeto será nesta sexta-feira (22), a partir das 10h, e  terá jogos, brincadeiras coletivas, sessões de cinema e rodas de bate-papo

 

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio dá início, nesta sexta-feira (22), a mais um projeto de atendimento à população em situação de rua. Pela primeira vez o trabalho será voltado especialmente a crianças e adolescentes. As dezenas de meninos e meninas que circulam e vivem ao relento nas imediações do Jardim do Méier vão participar de iniciativa que visa aproximá-los pouco a pouco do Poder Público e de organizações sociais capazes de identificar e atender suas necessidades, em grupo e individualmente.

A partir das 10h, e durante todo o dia, haverá jogos, brincadeiras coletivas, sessões de cinema e rodas de bate-papo.  O evento #compartilheafeto, parceria com a Prefeitura e a Pastoral do Menor, pretende fazer do Jardim do Méier ponto de encontros mensais que permitam estreitar laços com a garotada

— Precisamos entender melhor o que os mantém nas ruas. Sabemos que muitos estão ali por conta da miséria. Muitos foram incentivados pelas próprias famílias a deixarem as comunidades violentas em que viviam. Nessas comunidades, o fechamento de escolas em dias de tiroteio contribui para que os adolescentes se afastem de casa.  É necessário conquistar a confiança de cada um deles e mapear as demandas—, explica a defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos Carla Beatriz Nunes Maia, que há cerca de quatro anos trabalha no atendimento a adultos em situação de rua.

Essa experiência, diz a defensora, aponta que o desenvolvimento de atividades recreativas e artísticas é o melhor caminho para promover a aproximação com essa parcela da população.  Foi assim com os homens e mulheres em situação de rua que formaram grupos de coral à época das Olimpíadas, com ajuda de ONGs britânicas, projeto ainda em curso.

A defensora Eufrasia Maria Souza das Virgens, da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, também estará presente ao #compartilheafeto.

— Não há serviços de acolhimento que levem em conta as peculiaridades de crianças e adolescentes em situação de rua, para os quais é grande a dificuldade de cumprir regras e horários —, destaca ela.

Outra questão é a falta de alternativas para moças e rapazes sem vínculos familiares que, ao completarem 18 anos, precisam deixar as instituições de acolhimento e não têm referência familiar.  Alguns deles ficam ao relento.  Segundo Eufrásia, o município do Rio ainda não acatou decisão judicial do ano passado determinando a criação de repúblicas para esses jovens. 



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