Crianças e adolescentes participaram do evento

 

Foi com muito desenho, pintura, capoeira, dança do passinho e jogos como pingue-pongue que crianças e adolescentes em situação de rua puderam passar parte de seu dia, no Jardim do Méier, na última sexta-feira (22). O evento #CompartilheAfeto, organizado pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria Pública do Rio em parceria com a Prefeitura e a Pastoral do Menor, deu início ao primeiro projeto voltado especialmente a crianças e adolescentes. A iniciativa visa aproximar, através da arte, da cultura e de rodas de conversa, as meninas e os meninos que circulam pelas ruas para aproximá-los do Poder Público e de organizações sociais capazes de identificar e atender suas necessidades.

Inicialmente, pretende-se fazer do Jardim do Méier ponto de encontros mensais que permitam estreitar laços com a garotada antes de ampliar o projeto por outros pontos do estado. Para a defensora pública do Nudedh Carla Beatriz, que atua especificamente com pessoas em situação de rua, é preciso entender melhor o que os mantém nas ruas. Ela identificou esse gargalo na atuação e nas políticas públicas voltadas para esse grupo específico quando soube que havia uma pressão já desde a maternidade para que as mães em situação de rua fossem afastadas de seus filhos desde o nascimento por serem supostamente incapazes de criá-los. 

— Identificamos, mais uma vez, o quanto o Estado é opressor ao se negar a cumprir a Constituição. E esse evento, articulado com a nossa rede de assistência, também visa dar visibilidade a esta dívida social que o Estado precisa trabalhar para cumprir a demanda. É necessário conquistar a confiança de cada um deles e 
mapear as demandas para que possamos avançar - explica a defensora Carla Beatriz. 

As causas que levam estes jovens para as ruas geralmente são a miséria e o incentivo pelas próprias famílias a deixarem as comunidades violentas em que viviam. O fechamento de escolas em dias de tiroteio também contribui para que os adolescentes se afastem de casa. A defensora Eufrasia Maria Souza das Virgens, da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, também esteve presente no #CompartilheAfeto e falou sobre a importância de políticas públicas voltadas para essas pessoas para que eles possam sair desta situação.

— É direito de toda criança e adolescente ter um lar. Precisamos de serviços de acolhimento que levem em conta as peculiaridades deles — destacou ela.

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O evento foi realizado no Jardim do Méier

 

O evento foi organizado pelo Nudedh em parceria com a prefeitura e a Pastoral do Menor



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