Dois meses após a operação no Fallet e Fogueteiro que deixou 15 jovens mortos, o Circuito Favelas por Direitos voltou, na última sexta-feira (12), ao local para fazer uma escuta qualificada de como têm sido as ações policiais no período e para prestar informações para as famílias das vítimas. Com início do Circuito no morro do Fogueteiro, moradores relataram que o número de operações aumentou este ano, principalmente na hora de entrada e saída das escolas e creches, que uso de helicópteros, inclusive como plataforma de tiro, também tem se intensificado, assim como a ocupação ilegal de casas de moradores em pontos considerados estratégicos para as ações policiais. No Fallet, o ouvidor externo da Defensoria Pública do Rio (DPRJ), Pedro Strozenberg, e a defensora do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) que acompanha o caso, Lívia Casseres, informaram que é muito preocupante a destruição de provas neste caso, mas que continuam acompanhando as investigações e solicitando uma maior participação do Ministério Público no caso, já que a Polícia Civil não forneceu o acesso solicitado pela instituição às fotografias dos cadáveres que acompanham os laudos médico-legais, nem ao inquérito policial.

De acordo com uma moradora, a resposta desta investigação vai ser uma conquista para a comunidade que vive com medo:

- Essa cultura do medo precisa acabar. As pessoas precisam entender que o estado não é inimigo, que a comunidade não pode ser tratada como lixo tendo a certeza da impunidade. Não queremos acreditar que estamos em um navio negreiro.

 

Fotos e texto: Thathiana Gurgel



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