A Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) esteve presente na última sexta-feira (27) na região de Zacarias, em Maricá, para visitar a comunidade de pescadores da região. O terreno, que guarda uma grande área preservada, está sendo observado para abrigar um novo resort, que prejudicaria o ecossistema e os moradores da região. 
 
Há alguns anos o território vem sendo cenário de disputas fundiárias com iniciativa de uma empresa espanhola para criação do resort. O projeto também inclui a construção de uma marina, uma pista de voo e um campo de golf. O município apoiou a construção, mas, na visão da Defensoria, que já atua há algum tempo na defesa e na preservação da região, o empreendimento pode acabar com toda a área preservada do local e prejudicar os pescadores.
 
O território é composto por uma grande área verde preservada que divide a Lagoa e a Praia de Zacarias, e que, há bastante tempo, é a principal fonte de renda dos pescadores da região. Também foi neste terreno que foram feitos os primeiros estudos de restinga no Brasil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF). As instituições já fizeram uma moção de apoio aos pescadores e pescadoras do local.
 
- Nos preocupa muito esse modelo de desenvolvimento que não incluiu as  populações tradicionais e que há tantos anos preservam, inclusive, o meio ambiente deste local. Esses pescadores estão há cerca de três séculos aqui, de geração em geração,  sendo também os responsáveis por essa preservação ambiental - pontuou o ouvidor-geral Guilherme Pimentel.
 
Para a Defensoria e a Ouvidoria a criação do empreendimento é um modelo de desenvolvimento excludente e que pode acabar com um ecossistema importante da região que abriga, por exemplo, seis espécies de peixe que não existem em nenhum outro lugar do mundo. Também não foi apresentado plano de manutenção da moradia dos pescadores.
 
- É uma comunidade importante para a cidade, muito antiga e com valor histórico. São cidadãos que moram lá há gerações e o município não está respeitando esse direito - pontuou a defensora em atuação na região, Patrícia Celidonio.



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