Documento foi produzido pela Ouvidoria Externa da DPRJ, as Comissões de Direitos Humanos da OAB e Alerj, e mais cinco organizações de defesa dos direitos humanos.

 

A Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio e outras sete organizações de defesa dos direitos humanos divulgaram relatório no qual apontam graves violações de direitos durante a operação policial no Complexo do Alemão que deixou 18 pessoas mortas, dia 21 de julho.  Além de relatos sobre as violações, o documento destaca a ausência de medidas para suspensão da atividade policial mesmo após pedidos encaminhados ao Ministério Público. 

Produzido a partir da atuação emergencial da Ouvidoria junto às Comissões de Direitos Humanos da OAB (CDH-OAB/RJ) e da ALERJ (CDDHC-A), o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDH) e os coletivos locais Educap, Raízes em Movimento, Papo Reto e Casa Fluminense, o relatório afirma que a operação não apresentou qualquer resultado benéfico à população local. Ao contrário: gerou prejuízos e danos incalculáveis do ponto de vista das vidas perdidas, da integridade física e psíquica das famílias e danos materiais. 

Entre os relatos recebidos na visita à comunidade um dia depois da operação (22), destacam-se as inúmeras denúncias de invasões de residências, danos ao patrimônio, ameaças, além de perfurações de bala em diversas casas, principalmente nos becos onde os conflitos foram mais intensos. O texto também documenta a atuação das entidades de defesa dos direitos humanos no acompanhamento das famílias nos hospitais para onde os corpos foram levados e no Instituto Médico Legal (IML).

— Esse tipo de operação não traz segurança alguma para ninguém e jamais seria tolerada nos bairros nobres da cidade. Estamos falando de operações que impedem as pessoas de estudar, trabalhar, ir a consultas médicas, abrir seus comércios. são violações em todos os níveis de vida. Isso é inaceitável, destacou o Ouvidor-Geral DA dprj, Guilherme Pimentel

A Defensoria do Rio, através do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), irá representar na Justiça e nas esferas extrajudiciais, a família de Letícia Marinho Sales, morta durante a operação no Complexo do Alemão ao sair de uma igreja. Os três filhos e o sobrinho da vítima estiveram na DPRJ no último dia 26 para o primeiro atendimento. Depois, foram recebidos pelo defensor público-geral Rodrigo Pacheco e pela subdefensora pública-geral institucional Paloma Lamego


Confira o relatório completo: https://bit.ly/relatoriocpxalemao


Texto: Igor Santana
Foto: Fernando Frazão/EBC



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