Josmar Lorca, saiu da Venezuela em busca de uma nova vida no Brasil em 2018. A história dela em terras brasileiras começa um pouco antes, quando seu filho mais velho buscou refúgio em Roraima para tentar melhorar suas condições de vida. Depois de se estabelecer, o filho de Josmar arruou recursos para trazer a mãe e o restante da família para o Rio de Janeiro. 

— Meu maior sonho é validar a minha documentação de enfermagem, pois sou enfermeira formada. Quero muito trabalhar e ajudar o próximo aqui no Brasil — disse a refugiada Josmar Lorca. 

Josmar é uma das 110 pessoas atendidas na ação social realizada pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) no último sábado (17). Em parceria com diversas instituições, o evento ofereceu serviços de saúde, como aplicação de vacinas para a COVID-19 e poliomielite; educação, assistência social e jurídica.

Realizada na Escola Municipal Maria Clara Machado, no Itanhangá, ação é parte do Rota de Direitos, projeto que busca estabelecer uma atuação conjunta e interinstitucional para o atendimento a refugiados. Com apoio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), o mutirão foi realizado próximo à comunidade do Morro do Branco, que concentra uma grande população de venezuelanos.

–A importância dessa ação para as pessoas refugiadas e imigrantes é que as políticas públicas não possuem uma especificidade para atendê-los. Eles não cobrem todas as demandas apresentadas por esse público específico. — pontuou a defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, Gislaine Kepe.


O desejo da estabilidade

Para muitos refugiados atendidos por essa edição do Rota de Direitos, o principal desejo é o de ter uma vida estável e encontrar no Brasil o que eles não tinham em seu país de origem: oportunidades. Educação, emprego, acesso a direitos básicos e moradia estão entre as principais questões das pessoas que participaram da ação social. 

— Estou aqui no Brasil há 3 anos e não pretendo voltar para o meu país. Meu maior objetivo é ter uma casa própria e não viver mais de aluguel — relatou a refugiada Jenifer Margarita.

O mutirão de atendimento do Rota de Direitos foi uma iniciativa das seguintes instituições: Defensoria do Rio, Cáritas Arquidiocesana, Mawon, Aldeias Infantis SOS, Pacto pelo Direito de Migrar (PDMIG), Ato Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional para as Migrações (OIM), Comitê Nacional para Refugiados do Ministério da Justiça (CONARE), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), Secretaria Municipal de Educação (SME), Secretaria Municipal de Cidadania (SECID), Secretaria de Governo e Integridade Pública (SEGOVI), Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC), e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH).
 

Veja fotos da ação aqui.

 

Texto e imagens: Aurélio Júnior



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