De outubro de 2021, quando passou a restringir o uso de descartáveis em todas as suas dependências, a março desse ano, a Defensoria Pública do Rio deixou de utilizar 977.800 copinhos plásticos para água e café. Por mês, foram 54.322 copinhos a menos; ou uma redução de cerca de 2.500 por dia útil.
No total, a Defensoria evitou gerar 1.760 quilos de plástico, e ainda economizou R$ 45 mil. Os números apontam o sucesso da iniciativa e reforçam a importância da campanha Julho sem Plástico, que visa reduzir ainda mais o consumo de todo tipo de material de uso único, dentro e fora da instituição.
— A reflexão e a observação do dia-a-dia venceram a resistência inicial. Aos poucos, quem trabalha na Defensoria percebeu as vantagens da adoção de canecas e garrafinhas individuais. Uma medida básica, mas de grande impacto quando pensamos que somos cerca de 5 mil colaboradores em todo o Estado — explica Camila Valls, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental (Cosusten).
A restrição a descartáveis — disponíveis somente para visitantes, pessoas usuárias dos serviços da instituição, e em eventos — inibiu, somente no primeiro ano, o consumo de 585 mil copinhos, considerado o volume utilizado em doze meses anteriores à pandemia. A economia no período foi de R$ 27 mil, e nada menos que 835 quilos de plástico não foram lançados no lixo.
Camila Valls destaca que há muitas medidas simples e possíveis para substituição do plástico de uso único. O Programa de Sustentabilidade da Defensoria — Preserve, vem distribuindo ecobags em ações e eventos, alternativa óbvia às sacolinhas plásticas. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, cada brasileiro usa em média 66 sacolas por mês, o que significa, por ano, quase 800 sacolas.
A Cosusten agora quer alertar também para o uso excessivo de talheres de plástico.
— Uma pessoa usa dois talheres plásticos por dia útil, o que dá 210 no mês, ou 2.520 ao ano. Um total de 6 quilos descartados por ano, per capita. É importante mensurar. Não é só um talher, nunca é só um copinho, pois há quase 8 bilhões de pessoas no planeta — ressalta Valls.
A médio prazo, outra meta é banir de vez o reaproveitamento de garrafas PET para distribuição de água.
— O certo é que cada pessoa mantenha sua própria caneca ou garrafa e possa se servir diretamente em bebedouros, inclusive para impedir eventual contaminação pelo manuseio inadequado de PETs. O recipiente de uso pessoal, além de recomendado por questões sanitárias, revela um pouco do dono, que pode personalizá-lo como quiser e assim ser reconhecido pelas pessoas com quem trabalha — lembra.