Principais demandas eram pela emissão de novos documentos

 

Cerca de 190 pessoas foram atendidas pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro nas ações sociais voltadas para a população atingida pelas chuvas que caíram na última semana. Os atendimentos foram realizados na Pavuna e em Acari, Zona Norte do Rio; e em São João de Meriti, Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo, todas cidades da Região Metropolitana.  

A principal demanda da população foi pela emissão de novos documentos, como explica a defensora pública Mirela Assad, presente nos atendimentos de Nova Iguaçu.

— A principal busca é para a segunda via das certidões de nascimento e de casamento. Fizemos a busca ativa dos cartórios onde esses documentos foram emitidos para poder já deixar as pessoas com os documentos em mãos. — destaca Assad.

Nos atendimentos, a DPRJ oferecia assistência jurídica gratuita às pessoas que tiveram perdas decorrentes das chuvas, além do auxílio para o cadastramento em benefícios sociais.


Vítimas das chuvas relatam momentos de desespero

Aguardando para ter o atendimento da DPRJ, moradores da Pavuna compartilharam suas histórias com as chuvas do dia 13 de janeiro. Eles relatam que lugares que antes nunca alagaram, naquela noite ficaram submersos até a cintura.

Foi o caso de Rose da Silva, moradora do condomínio Havaí. Ela relata que a área em que morava nunca encheu de água e sua residência seguia sem histórico de alagamento. Dessa vez, no entanto, a família perdeu tudo que tinha. 

— Eu estava em casa, foi desesperador. A água foi enchendo muito rápido, comecei a ter uma crise de ansiedade mas pensei que, se passasse mal, não teriam nem como me socorrer. — relembra.

Desempregada, Rose se diz insegura depois do ocorrido. 

— Eu acabei de comprar uma máquina de lavar, vai chegar essa semana. Mas como vou ter segurança de que outra chuva não vai vir e levar tudo de novo? — lamenta, enquanto esperava para refazer sua documentação que, junto de seus móveis e eletrodomésticos, foi levada pela enchente.

Para a coordenadora de Programas Institucionais da DPRJ, Isabela Menezes, o atendimento e acolhimento rápidos à população vítima das enchentes foi importante para garantir que outros direitos não sejam violados, além de assegurar a reparação pelos danos causados. 

— Temos ciência de que quando acontecem grandes catástrofes naturais na cidade, a primeira coisa que as pessoas perdem é o documento, que é indispensável para o exercício de outros direitos que acabam sendo violados nessas situações de emergência. — conclui a defensora.

Veja fotos dos atendimentos: Nova Iguaçu e Pavuna


Texto: Carolina Calháu.
 



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