Centro Cultural Marinheiro João Cândido tem nova fase com a DPRJ

A construção do Centro Cultural Marinheiro João Cândido, na Baixada Fluminense, deu um passo importante na última quarta-feira (08/05), com a apresentação do projeto executivo final da obra. A reunião, realizada pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP), contou com a participação da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), que vem atuando de forma ativa para garantir a retomada da iniciativa, há anos paralisada.
A intervenção da Defensoria foi decisiva para readequar o projeto às necessidades culturais da população local. Em resposta à demanda da comunidade, a defensora pública Mariana Pauzeiro formalizou pedidos à Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ) e à própria EMOP solicitando a conclusão do projeto executivo, com ajustes sugeridos pelos moradores.
Inicialmente, a proposta previa a construção de um auditório. No entanto, após manifestações da comunidade, foi requisitada a substituição por um teatro — equipamento considerado mais compatível com a dinâmica cultural da região. A mudança foi acolhida e incorporada ao projeto final, apresentado na última reunião.
Segundo o Mapa da Desigualdade de 2020, elaborado pela Casa Fluminense, apenas 0,11% do orçamento público das principais cidades da Baixada é destinado à cultura. A ausência de bibliotecas públicas, salas de cinema e museus nesses municípios revela uma negligência histórica na implementação de políticas culturais.
Com essa etapa concluída, a expectativa agora é a publicação de um chamamento público para levantamento de preços dentro de até 60 dias — etapa que antecede o processo licitatório. A previsão é que a licitação se estenda por cerca de quatro meses, permitindo o início das obras ainda em 2025.
Para Mariana Pauzeiro, a construção do centro cultural representa mais do que uma obra física: é um passo essencial na promoção da cidadania e no enfrentamento das desigualdades territoriais no estado do Rio de Janeiro.
— A Baixada Fluminense ainda sofre com uma grave carência de equipamentos culturais, especialmente se comparada às áreas centrais da capital, como a Zona Sul e o Centro. Descentralizar as políticas culturais é fundamental para garantir o acesso equitativo a direitos e oportunidades — destacou a defensora.
Texto: leonardo fernandes
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