Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) realiza, nesta sexta-feira (25), das 9h às 17h, um seminário dedicado ao debate sobre o acesso à justiça sob a ótica de gênero e raça. A programação destaca a trajetória de sete décadas da instituição, marcada pela atuação voltada majoritariamente para o atendimento de mulheres — especialmente mulheres negras e pobres — com enfoque na data que celebra Tereza de Benguela, histórica líder quilombola do século XVIII.

– A proposta é refletir como o acesso à justiça pode ser ampliado a partir do diálogo sobre acesso à justiça para mulheres negras e a política do cuidado, entendida não apenas como uma responsabilidade da assistência social, mas como um dever compartilhado entre diferentes áreas — como saúde, educação, segurança pública e o próprio sistema de justiça — afirma a Ouvidora-Geral da DPRJ, Fabiana Silva.

A partir das convidadas e participantes, o encontro busca debater caminhos para consolidar a política do cuidado como parte das garantias de direitos, especialmente para mulheres negras.

Tereza de Benguela enquanto figura de resistência feminina

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que deu visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira. Ela liderou por 20 anos a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia. Tereza tornou-se rainha do quilombo após a morte do companheiro e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e a população morta ou aprisionada.

Internacionalmente, o dia 25 de julho de 2025 marca os 33 anos do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, Caribenha e da Diáspora, data instituída a partir do movimento de mulheres negras que, em 1992, se reuniram em Santo Domingo — República Dominicana — para combater o preconceito racial e o machismo, numa luta pelos direitos humanos e pelo bem viver.

Texto: Leonardo Fernandes.



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