Evento para mulheres negras em Nilópolis aborda segurança e saúde
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), por meio do Núcleo de Combate ao Racismo e à Discriminação, realizou uma ação social no Calçadão da Rua Miranda, em Nilópolis, com foco no atendimento a mulheres negras e pardas. A iniciativa, que aconteceu nesta sexta-feira (1º), fez parte das atividades em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho.
Diversas mulheres receberam orientação jurídica gratuita, com ênfase em temas como pensão alimentícia, divórcio e outras questões do Direito de Família. A ação também ofereceu serviços de saúde, incluindo aferição de pressão arterial e glicose, agendamento de exames preventivos e aplicação de vacinas contra gripe, sarampo e HPV. Além disso, foram distribuídos materiais informativos com orientações sobre a prevenção de infecções.
– A atuação do Nucora na Baixada Fluminense, especialmente por meio de uma ação voltada à saúde da mulher negra, representa uma forma de ampliar a visibilidade do nosso trabalho e, ao mesmo tempo, reforçar a importância de um olhar específico para as condições que afetam essa população – afirma a defensora pública Mariana Pauzeiro, da 2ª DP do Núcleo de Combate ao Racismo e à Discriminação Étnico-Racial (Nucora)
A programação contou com atividades culturais voltadas à valorização da identidade negra, incluindo exposições artísticas, apresentações musicais, mostras de escritoras negras e editoras independentes. Em paralelo, também houve espaço dedicado ao cuidado e à valorização da estética feminina, com estandes de maquiagem e tranças, além da comercialização de produtos estéticos e alimentícios.
– Essa participação é uma oportunidade de poder mostrar o meu trabalho. E também da representatividade da mulher negra, que muitas das vezes não tem esse espaço e fica só nos bastidores. Aqui, além de poder admirar o trabalho muitas outras, consigo apresentar os meus produtos e ser valorizada por isso – afirma Cristiane Alves dos Santos, vendedora de doce.
Uma das participações marcantes do evento foi a do grupo Carimbó Flores da Alegria, de Nilópolis, vinculado à Casa da Terceira Idade do Cabral. Com apresentações de carimbó – dança folclórica e ritmo musical tradicional do estado do Pará – o grupo reforçou a relevância do protagonismo de mulheres idosas e negras, frequentemente invisibilizadas na sociedade.
– Fico muito feliz em participar deste evento. A gente anseia pelo fim do preconceito e do racismo, e, por isso, iniciativas como essa são fundamentais para combater a nossa marginalização. Nós somos uma força – afirmou Zuida Coelho, integrante do grupo Carimbó Flores da Alegria.
A Defensoria também promoverá novas ações voltadas para esse público nos próximos dias 2 e 8 de agosto, respectivamente nos municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti.
Texto: Leonardo Fernandes.
Fotos: Rafaela Jordão
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