Defensoria realiza encontro bimestral da igualdade racial

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), por meio do Núcleo de Combate Ao Racismo e à Discriminação Étnico-racial (Nucora 2), realizou na última segunda-feira (24), um encontro bimestral com os gestores da igualdade racial. Considerando que cerca de 69% da população da Baixada Fluminense se autodeclara preta ou parda, a atividade discutiu o afroturismo, explorando a rota da Pequena África no Centro do Rio.
Realizado em parceria com o Instituto Pretos Novos, o encontro reuniu representantes de municípios da Baixada Fluminense, com a participação de gestores vindos de várias partes da Baixada Fluminense, como São João de Meriti, Caxias, Nilópolis, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Mesquita, Japeri e Itaguaí.
A Defensora Pública do NUCORA 2, Mariana Pauzeiro, participou da ação e destacou a importância da iniciativa.
— Neste bimestre, tratamos da cultura, trabalhando as rotas negras como forma de revelar, em cada território, locais de relevância para a população negra. É uma forma de enfrentar o apagamento histórico e recuperar a origem dos que vieram primeiro — afirmou a Defensora Pública Mariana Puzeiro.
Os encontros bimestrais passaram a trabalhar temas específicos, sempre relacionados à pauta racial. Já foram debatidos assuntos como saúde da mulher negra e educação, e, nesta edição, o foco voltou-se para a cultura e a valorização das memórias negras nos municípios da região. A proposta é fortalecer as políticas locais permitindo que cada um dos gestores identifique pontos de interesse histórico ou cultural dentro do próprio território.
Pela manhã, os participantes acompanharam uma apresentação teórica dos historiadores Nielson Bezerra e Diogo Borges falando da história da Baixada Fluminense sob o viés da escravização e dos apagamentos sofridos ao longo dos anos.
Beatriz Barcelos seguiu os debates tratando dos museus de território ou de percurso, modelo no qual diferentes espaços, como casas antigas, cemitérios, ruínas e terreiros de axé, se tornam parte de um roteiro de memória. Foram compartilhadas experiências que já acontecem na região, mostrando caminhos possíveis para ampliar o afroturismo também na Baixada.
No período da tarde, o grupo participou de uma imersão pela Pequena África, percorrendo locais que remontam à chegada de pessoas escravizadas ao Rio de Janeiro e compreendendo a importância desses marcos para a construção da identidade negra no estado.
O percurso inclui espaços como o Cais do Valongo e outros marcos da ancestralidade afro-brasileira. A iniciativa combinou palestras e uma imersão territorial para mostrar como experiências turísticas voltadas à história e à cultura negra podem ser incorporadas nas políticas locais.
Texto: Leonara Moura
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